quinta-feira, 10 de maio de 2007

Portugal em 'estado de graça'


"(...) Portugal não se deveria reduzir ao fado e à nostalgia. E está na altura de os portugueses mudarem o seu destino."

by Sara Peres (in cadernosdejornalismo)


Pois é, cara amiga Sara! Enquanto Portugal continuar a patrocinar as Micaelas, os Carreiras e as Ágatas, esse 'estado de graça' de que falas permanecerá estagnado (aqui, entendido como sem graça nenhuma) e sem projecção qualquer no estrangeiro.

Fico triste quando Portugal é reconhecido cá apenas pelo futebol e pelo clima ameno (que aqui é descrito como sendo tropical, quais Caraíbas...).

Mas Cultura não é só música. São as Letras, o Cinema, o Teatro, as Festas Populares, o Galo de Barcelos, o Zé Povinho, os Velhos do Restelo, o Vasco da Gama, enfim, tudo aquilo que contribui ou contribuiu para a construção da identidade do país.

Corrijam-me se eu estiver errado.

"Para o teórico Milton Santos (que por sinal é brasileiro), o conhecimento e saber renovam-se através do choque de culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas produto directo da interposição de culturas diferenciadas - com o somatório daquilo que anteriormente existia.

Para ele, a globalização que se verificava já em fins do século XX tenderia a uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma das consequências seria o fim da produção cultural, enquanto gerador de novas técnicas e a sua produção original.

Isto reflectiria, ainda, na perda de identidade, primeiro das colectividades, podendo ir até ao plano individual."

Estará Portugal a perder a sua identidade? Ou já a perdeu?

Quero opiniões! Vá. Toca a escrever!

2 comentários:

Cherry Blossom Girl disse...

Que bela citação ;-)
Agora a sério, acho que o nosso problema é um paradoxo: por um lado, a nossa identidade parece resumir-se ao fado e acho que nós temos muito mais do que isso, mas, ao mesmo tempo, também parecemos desprezar aquilo que é nacional, que é nosso e valorizamos demasiado determinadas formas de cultura, que muitas vezes estão abaixo do nível de qualidade daquilo que fazemos em Portugal, mas que cremos fantástico só porque não é nacional.

Tenho dito.

PS- Sim, senhor, belo blog! :-)

Sandra Costa disse...

Não acho que estejamos a perder a identidade, é apenas uma consequência da globalização. É assim um pouco pelo mundo fora. O problema no fundo é que nós acreditamos pouco nas nossas potencialidades, mas acredito que um dia os portugueses vão começar a acreditar mais em sim. Um dia haverá muitos mais portugueses patriotas como tu!